Alma Imoral, o monólogo concebido e protagonizado por Clarice Niskier, é um daqueles mistérios abençoados pelos deuses do teatro de tempos em tempos. O espetáculo estreou em uma salinha do Sesc Copacabana, no Rio, em julho, e conquistou fãs devotos. Transferido em outubro para o disputado Teatro do Leblon – nas sessões de meio de semana –, tinha os mais de 400 lugares lotados com facilidade e, agora, ocupa o horário nobre da mesma sala, depois de ser ovacionado no Festival de Curitiba, em março, e render a Clarice o Shell de melhor atriz.
O sucesso de A Alma Imoral é fácil de entender à primeira vista. Adaptado do livro do rabino Nilton Bonder, o espetáculo tem um pé forte na auto-ajuda. Fala de opostos, faz um paralelo sofisticado entre preservação e evolução e tradição e traição, por exemplo. Nua em cena, Clarice transforma um pano preto em vários figurinos diante de uma iluminação simples. Só que, apesar de falar do lado moral e imoral de todos nós e das vantagens deste contraste, A Alma Imoral não tem um texto fácil, mastigado, de rápida digestão. Muitas vezes é incômodo, denso, exige referências históricas do espectador, que respira um pouco através das interações de Clarice. E aí fica difícil de explicar o sucesso do monólogo. Sucesso este que alcançou o livro de Bonder. A Alma Imoral (Rocco, 136 págs., R$ 23), de 1998, já vendeu 25 mil exemplares, sendo 15 mil depois da estréia da peça. Alma lavada
acesse:http://www.almaimoral.com/
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