(Re) Pensando o Direito

  • http://www.travessa.com.br/Henrique_Garbellini_Carnio/autor/FBD404F2-8B71-429A-84F0-ABEAF0B2C992

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Lógica Formal

Definição e Evolução da  Lógica

1.Não há consenso quanto à definição da lógica. Alguns autores definem-na como o estudo do processos válidos e gerais pelos quais atingimos a verdade, outros como a ciência das leis do pensamento, ou somente como o estudo dos princípios da inferência válida. Esta pluralidade de definições dá-nos conta da diversidade de estudos que são abrangidos pela Lógica.
2. A lógica foi criada por Aristóteles, no século IV a.C., como uma ciência autónoma que se dedica ao estudo dos actos do pensamento - Conceito, Juízo, Raciocínio, Demonstração- do ponto de vista da sua estrutura ou forma lógica, sem ter em conta qualquer conteúdo material. É por esta razão que esta lógica aristotélica se designa também por lógica formal.
3. Em contraposição a este conceito de lógica formal, surgiu um outro - o de lógica material -  para designar o estudo do raciocínio no que ele depende quanto ao seu conteúdo ou matéria. 
4. Esta distinção entre lógica formal e lógica material permite-nos agora perceber porque:  
Tendo em conta a sua forma, o raciocínio é correcto ou incorrecto ( válido ou invalido). Mas se  atendermos à sua matéria, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa.
Exemplo:

Nenhum homem sabe dançar 
Este dançarino é homem
   logo, 
Este dançarino não sabe dançar
Este raciocínio é formalmente correcto, uma vez que a conclusão está correctamente deduzida. Mas a conclusão é falsa, uma vez que é falsa a primeira proposição ("Nenhum homem sabe dançar"). Estamos perante um raciocínio que tem validade formal, mas não tem validade material. Logo temos que concluir que é falso
5. Desde a sua criação a lógica tem registado enormes aperfeiçoamentos, sobretudo, a partir de meados do século XIX . É costume dividir-se a sua história em três períodos: Período Clássico, Período Moderno e Período Contemporâneo.
2.1.Período Clássico ( Séc.IV a.C) até ao século XIX). A lógica formal aristótelica domina por completo este período. A lógica exprime-se numa linguagem natural. Dava uma enorme importância ao estudo dos raciocínios dedutivos, isto é, aqueles onde passamos do geral para o particular, do conhecido para o desconhecido. Os estudos de lógica davam grande ênfase à analise de enunciados que continham exactamente dois termos, dos quais se extraia uma dada conclusão. A lógica foi vista até ao século XVI como o principal instrumento do conhecimento científico: a) Os filósofos haviam estabelecido um conjunto de princípios, de natureza metafísica, que eram  considerados não apenas verdadeiros, mas também como a explicação para tudo o que existia. Tudo havia sido deles derivado; b) Com base nestes princípios, os cientistas raciocinando de uma forma dedutiva, procuravam explicar todas as coisas que existiam e ocorriam. c) A lógica procurava definir as leis do pensamento que nos permitiam chegar à Verdade.  
2.2. Período Moderno (Século XIX a princípios do século XX). Tomando a matemática como modelo, lógicos como George Boole, Frege ou Bertrand Russell construíram uma linguagem artificial -simbólica para a expressão do conteúdo do pensamento lógico. O raciocínio é visto como cálculo matemático. Esta lógica é denomina lógica matemática ou simbólica.
2.3. Período Contemporâneo (Século XX ). Assiste-se neste período à expansão e diversificação da lógica matemática, o que se traduz no aparecimento de novos ramos no estudo da lógica, tais como: 
-Lógica Combinatória (estuda certos processos ralacionados com variáveis), 
- Lógica Modal ( estuda as conexões entre os enunciados tendo em conta a sua modalidade);
- Lógica Polivalente (estuda os calculos que contemplam mais de dois valores (verdadeiro ou falso) para o mesmo enunciado.
-Lógica Deontica (estuda os enunciados normativos sob o ponto de vista lógico)  
 A lógica matemática veio a exercer uma influência decisiva no em muitos domínios, como na Electrónica, Cibernética, Informática, Neurofisiologia, Linguística, Inteligência Artificial... 
Carlos Fontes
Carlos Fontes

Nenhum comentário:

Postar um comentário